Fonte : Pulsar Brasil
27/08/2010
Autuada por crime de poluição atmosférica sem controle, a multinacional TKCSA, que tem uma siderúrgica na capital do Rio de Janeiro, foi agora multada em R$ 1,8 milhão. Moradores sofrem com efeitos da poluição.
A fábrica, que leva o nome de Companhia Siderúrgica do Atlântico, está com problemas em suas máquinas e não os resolveu. Por isso, continua a emitir partículas metálicas pesadas no ar da região de Santa Cruz, bairro periférico e pobre da cidade do Rio.
O Instituto Estadual do Ambiente fiscalizou a empresa e descobriu que os equipamentos ainda estão em fase de teste, apresentando um problema sério que levou à poluição exagerada. O limite máximo a que a multa poderia chegar é de R$ 2 milhões.
Para Sandra Quintela, do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), a multa demonstra “mais uma vez a irresponsabilidade da empresa com a legislação brasileira”. A economista ressaltou que há uma grande preocupação por parte de algumas entidades em relação aos impactos que o teste da empresa tem causado na população local.
Ela conta que há inúmeras denúncias de crianças que ao se aproximarem do resíduo químico despejado pela empresa se contaminam e contraem feridas na pele. Para complicar a situação, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local não possui pediatra.
A empresa tem 15 dias para recorrer da multa, mas será difícil explicar a questão já que a cobrança foi agravada porque não houve comunicado do problema às autoridades.
Sandra lamenta que este seja apenas o início do que considera uma tragédia para a população de Santa Cruz. “Queremos impedir que a empresa duplique a sua produção e que outras indústrias se instalem no local”, explica a coordenadora do PACS.
Contudo, a economista conta que existe uma forte “lei do silêncio” em relação as práticas da empresa. Muitos moradores já sofreram forte repressão de milicianos locais e por isso temem realizar denúncias.